Lanceiros Negros

Lanceiros Negros foram dois corpos de lanceiros constituídos, basicamente, de negros livres ou de libertos pela República Rio-Grandense que lutaram na Revolução Farroupilha. Possuíam 8 companhias de 51 homens cada, totalizando 408 lanceiros que andavam com seus cavalos.


Os Lanceiros Negros eram negros alforriados que lutaram ao lado das tropas gaúchas, durante a Revolução Farroupilha, contra as forças monarquistas, e seu reconhecimento é visto como uma forma de reforçar a importância da população negra para a formação do Rio Grande do Sul e do Brasil.



Em uma descrição da atuação dos combatentes, o republicano italiano Giuseppe Garibaldi afirmou: “Eu vi batalhas disputadas mas nunca e em nenhuma parte homens mais valentes nem lanceiros mais brilhantes do que os da cavalaria rio-grandense, em cujas fileiras comecei a desprezar o perigo e a combater pela causa sagrada dos povos”.

Os Lanceiros, “todos livres e todos domadores de cavalos, tinham feito um movimento de avanço, envolvendo o flanco direito do inimigo, que se viu obrigado a fazer-lhes frente também pela direita, em desordem”.

“Os valentes libertos, imponentes pela ferocidade, se faziam mais firmes do que nunca, e aquele incomparável pelotão, composto de escravos alforriados pela República, selecionados entre os mais hábeis domadores da Província, todos negros, exceto os oficiais superiores, parecia uma floresta de lanças.”


“O inimigo jamais tinha visto pelas costas estes verdadeiros filhos da liberdade, que tão bem combatiam por ela.”

“Suas lanças, mais longas do que o normal, suas caras negríssimas, suas robustas extremidades, endurecidas pelo constante e cativante exercício, e sua perfeita disciplina, infundiam terror ao inimigo”.

A participação dos Lanceiros Negros é conhecida também pelo controverso episódio da batalha de Porongos, onde os combatentes, traídos pelos líderes farroupilhas, foram desarmados e parte morta em combate.


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Em 05/01/2024 foram declarados Heróis da Pátria Brasileira pela Lei Federal nº 14.795, tendo os seus nomes inscritos no "Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria", conhecido como "Livro de Aço"que se encontra no "Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves", um cenotáfio que homenageia os heróis e heroínas nacionais localizado na Praça dos Três Poderes, em Brasília, Distrito Federal.

Fonte: Governo Federal